Hip hop em peso com Eminem em protesto no intervalo do Super Bowl

Kendrick Lamar, Eminem, Dr. Dre, 50 Cent, Mary J. Blige, Snoop Dog.
Kendrick Lamar, Eminem, Dr. Dre, 50 Cent, Mary J. Blige, Snoop Dog.

O intervalo do Super Bowl, aquele que é, como sempre, um dos momentos mais aguardados da final do campeonato norte-americano de futebol americano, juntou grandes nomes do hip hop e R&B das últimas décadas. Eminem foi um dos protagonistas.

O palco do “halftime show” – o espetáculo musical que preenche habitualmente o intervalo do Super Bowl – contou, na edição deste ano, com seis lendas do rap norte-americano que trouxeram para 2022 vários clássicos do hip hop dos anos 90 e do início do milénio: Dr. Dre, Snoop Dog, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar, 50 Cent e Anderson Paak.

Numa homenagem à comunidade rapper da costa ocidental do país (o chamado “west side”), o espetáculo do evento desportivo mais popular dos Estados Unidos – que desta vez teve lugar numa estrutura branca montada no centro do SoFi Stadium a fazer lembrar contentores para testagem à covid-19 – durou 14 intensos minutos e foi mais político do que a National Football League (NFL) queria.

A liga de futebol norte-americana tinha pedido aos artistas que evitassem mensagens ou intervenções que transformassem o concerto num “momento de guerra cultural divisiva”, o que mereceu várias críticas, nomeadamente de um “repugnantemente censurado” Dr. Dre.

Mas a NFL já devia saber que o fruto proibido é o mais apetecido e, na sequência do pedido da liga, Eminem não hesitou em ajoelhar-se em palco assim que terminou a atuação de “Lose Yourself” – o gesto é uma forma de protesto contra a violência policial e às injustiças raciais no país.

À pacífica manifestação do rapper, produtor e ator, juntaram-se outras discretas atitudes de autodeterminação, a começar pela roupa de Snoop Dogg, o primeiro músico a entrar em palco. Depois de ter negado que pertencia ao gangue Rollin” 20 Crips (um dos maiores grupos criminosos de rua do país), o rapper apareceu em palco com um fato azul com cornucópias, que são elementos comuns na vestimenta dos membros do grupo. E Dr. Dre, a quem a NFL terá pedido para não cantar o verso “ainda não amo a Polícia”, do tema “Still D.R.E.”, fez precisamente o contrário.

Fonte: JN / Foto: Reprodução Internet